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3.3 TERMODINÂMICA DE BURACOS NEGROS Uma maneira de resolver esse problema é atribuindo uma entropia ao buraco negro. Mas como isso é possível, já que este absorve tudo ao seu redor e com isso a única temperatura que podemos atribuir a ele é zero graus? A entropia subentende o equilíbrio termodinâmico o qual só pode ser atingido com trocas térmicas coisa que os buracos negros não capazes de fazer. Esse problema foi resolvido por Hawking que descobriu que quando efeitos quânticos estão presentes os buracos negros se comportam de forma bastante diferente da situação clássica. Em particular, eles podem emitir radiação com um espectro aproximadamente Planckaniano de onde uma temperatura surge naturalmente. Com esse conhecimento, Hawking, Bekenstein e outros determinavam uma expressão para a entropia do buraco negro (Sbn) a qual está ligada ao valor da áre do horizonte (Ah) por,
Para o caso do buraco negro de Schwarzschild cuja AH = 16πM², a entropia fica,
Eles também mostraram que esta quantidade nunca decresce durante interações do buraco negro: δSbn ≥ 0. Desta forma podemos escrever uma 2ªLei generalizada da termodinâmica para a entropia total (ST) a qual é definida como a soma de Sbn com a entropia usual (S),
E com isso resolvendo o problema proposto por Wheeler. Pode-se mostrar que a analogia entre a termodinâmica usual e a de buracos negros vai mais além, na verdade todas as 4 leis da termodinâmica usual podem ser obtidas para o caso de buracos negros. Uma outra questão bastante interessante na termodinâmica de buracos negros surge ao calcularmos o calor específico dos buracos negros. Para o caso de Schwarzschild temos,
E ele é negativo! O que significa que quanto maior a energia (massa) do buraco negro menor sua temperatura e vice-versa. Assim, com essa propriedade bastante diferente dos demais sistemas físicos será que o buraco negro conseguirá ficar em equilíbrio com tais sistemas? |
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Segundo Hawking esse equilíbrio não é possível se colocarmos o
buraco negro sobre as condições do ensemble canônico da mecânica estatística.
Onde o volume e a temperatura são fixos, a temperatura sendo mantida por um
reservatório de calor. Só haverá equilíbrio como ele mostrou se a energia fornecida ou a disposição do buraco negro for finita. O que caracteriza ensemble micro-canônico da mecânica estatística.
Devemos nos perguntar agora, qual são as evidências observacionais que nós temos para justificar a existência dos buracos negros. Uma vez que eles são "invisíveis" devemos nos ater a detecção indireta. Quando a estrela que colapsou para formar o buraco negro fazia parte de um sistema binário cuja companheira ainda prosseguiu na seqüência principal é possível observarmos indiretamente a presença do buraco negro. Se a companheira está suficientemente próxima, material de suas altas atmosferas será atraído para o buraco negro, espiralando lentamente para dentro dele e formando assim um disco de acveção. Tal disco produziria uma taxa grande de emissão de raio X. Se garantirmos que o candidato a buraco negro tem a massa > 3 Mo, para não ser confundido com estrela de neutrons ou anãs brancas, teremos bastante confiança que este é de fato um buraco negro. Alguns sistemas binários do tipo descrito acima são conhecidas, tais como: Cygnus X-1(~9Mo), LMC X-3(>>2Mo), etc... Se existirem buracos negros em núcleos de aglomerados globulares e galáxias ele fariam com que um número maior do que a média fosse puxada para o centro. Isso aumentaria a luminosidade próximo ao centro e a velocidade de dispersão das estrelas nessa região. Esses efeitos foram observados na galáxia M87 dando forte evidência da existência de um buraco negro de massa ~5x10Mo no seu centro. BIBLIOGRAFIA S.Weinberg,
"Gravitation and Cosmology",(John Wiley and Sons, New York, 1972). C.W.Misner, K.S.Thorne
and J.A.Wheeler, "Gravitation",(Freeman, New York, 1973). S.W.Hawking, Phys. Rev.
D13, 191(1976). P.C.W.Davies,
Rep.Prog.Phys. 41,1314 (1978). R.M Wald, "General
Relativity", (University of Chicago Press, Chicago, 1984). R.D'Inverno,
"Introducing Einsten's Relativity", (Clarendon Press, Oxford,
1995). |
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