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v. 1, no I, p. R9-R9, (2006)

 

PARCERIA UNIVERSIDADE/EMPRESA 
por
Luiz Heleno M. Duque
Departamento de Engenharia de Produção, Faculdade de Tecnologia, 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Resende, R.J, Brasil.

 


 

 

 

Uma possibilidade envolvendo os estudantes, as empresas do setor produtivo privado e o setor de governo, as entidades de classe e as universidades teria grande possibilidade de sucesso. As ações normativas, que fossem de caráter cooperativo e multilateral, passariam por decisões em colegiados com representações multilaterais. As ações executivas, que fossem de caráter individual de cada ator do processo, não seriam submetidas aos colegiados.

     A base estrutural da proposta iniciar-se-ia pela criação de um Centro de Pesquisas e Engenharia de Certificação (CePEC), que teria como suas atividades–fim a pesquisa e a  pós-graduação, o controle de oferta e demanda dos estágios de engenharia, o controle de oferta e demanda das questões tecnológicas presentes no dia-a-dia do setor produtivo e que demandassem averiguação mais aprofundada, mas que não necessariamente demandassem pesquisa profunda (assuntos para tratamento pelas empresas juniores e pelas coordenações de projetos de fim de curso das Instituições de Ensino Superior da região), bem como da certificação da qualidade, dos produtos e serviços gerados na região.


Figura 1. Organograma Simplificado do CePEC

O Conselho Superior, órgão de decisão maior do CePEC, seria composto por representantes dos diversos atores envolvidos com o CePEC, os quais poderiam ser: As universidades, os centros universitários e as escolas de ensino superior atuantes no ensino de graduação e/ou pós-graduação e pesquisa em engenharia na região; das indústrias e demais entidades da iniciativa privada ou do setor público que empregam a mão de obra de engenheiros na região; dos sindicatos patronais e laborais que sejam, de alguma forma, envolvidos com profissionais da engenharia; da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (CREA – RJ). A presidência, organismo de caráter estritamente executivo, composta do presidente e dois vice-presidentes, um para a área administrativa e outro para a área de tecnologia, teria como suas principais funções representar o CePEC e tomar todas as ações necessárias ao bom desempenho das atividades das divisões administrativa e de  tecnologia.

 

A divisão administrativa seria responsável por todas as atividades–meio do CePEC, envolvendo as questões legais e regimentais, os contratos e os convênios, bem como as atividades de finanças e controle, constituir-se-ia de dois departamentos: Finanças/Controle e Jurídico/Contratos. A divisão de tecnologia, responsável pelas atividades–fim do CePEC, constituir-se-ia de quatro departamentos: Serviços; Pesquisa e Pós-Graduação; Central de Estágios e Relações Externas. As decisões de cada departamento passariam por um colegiado departamental e as decisões seriam levadas à divisão de tecnologia. As decisões na divisão de tecnologia passariam por um conselho interdepartamental, presidido pelo vice-presidente de tecnologia e daí encaminhadas à presidência para apreciação e ponderação, seguindo desta para o conselho superior, que deliberaria em caráter definitivo sobre o assunto. 

Algumas das dificuldades hoje encontradas pelos cursos de engenharia da região, como: deficiências em centro de informática; em bibliotecas; em convênios; na integração teoria/prática; em veículos para publicação de suas pesquisas; com a educação continuada; no contacto com ex-aluno e na dificuldade de implantar pós-graduação, elementos estes tidos como de grande importância, senão mesmo indispensáveis, à excelência dos cursos de engenharia, teriam no CePEC o necessário apoio para que tais dificuldades pudessem ser sanadas.

O setor produtivo da região disporia de um centro de serviços e aporte de tecnologia que em muito contribuiria para seu desempenho global, bem como para cada empresa individualmente.

     Os estudantes de graduação em engenharia teriam o acesso, às oportunidades de estágios supervisionados (curriculares ou extra-curriculares), aos temas tecnológicos para que realizassem seus projetos de conclusão de curso e a oportunidade de trabalhos de engenharia via as empresas juniores de suas escolas.

     Os alunos de pós-graduação teriam a oportunidade de, tanto aplicando o conhecimento científico profundo, quanto desenvolvendo pesquisas de base, gerar novas tecnologias e ampliar o conhecimento apoiados pela estrutura do CePEC que poderia, por exemplo, disponibilizar apoio material em forma de bolsas de estudos, laboratórios e montagens de bancadas de experimentos.

     Os profissionais, quer nos serviços de engenharia junto ao setor produtivo, quer no ensino da ciência da engenharia nas escolas, teriam no CePEC a oportunidade de integração e de troca de experiências.

FIM.

 

Luiz Heleno M. Duque.

 


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